16 de janeiro de 2010

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A origem dos Ditados Populares!

No nosso dia-a-dia é bem comum fazermos uso de ditados populares. Estes já são parte tão integrante em nossas vidas que nem mesmo estranhamos mais o que é dito neles.
  ditados_populares

E olha que tem certos ditados pra lá de estranhos. O mais interessante é que não é algo intuitivo, ou seja, daquelas que basta seguir a lógica para entender. Na verdade, embora muito usadas, poucas pessoas realmente fazem idéia do por que estão falando aquilo. Assim, não custa nada acrescentar um pouco mais de conhecimento! Mãos á obra então, por que eu “não entendi patavinas” do que foi dito até agora:
  • Não entender Patavina
    • Não saber nada sobre determinado assunto. Tito Lívio, natural de Patavium (atualmente Pádova, Itália) usava um latim muito difícil, originário da sua região. Nem todos entendiam, daí surgiu o Patavinismo, e mais tarde a expressão.
  • Casa da mãe Joana.
    • Onde tudo vale, todo mundo pode entrar, mandar, etc. Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença (1326-1382), liberou os Bordéis em Avignon, onde estava refugiada, e mandou escrever nos estatutos: “que tenha uma porta onde todos entrarão”. O lugar ficou conhecido como “Paço de mãe Joana” ou “Casa da mãe Joana”.
  • Motorista Barbeiro
    • - Nossa, que cara mais barbeiro!
      No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc, e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão “coisa de barbeiro”. Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de “motorista barbeiro”, ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.
  • Tirar o Cavalo da Chuva
    • - Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
      No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
  • Ok
    • A expressão inglesa “OK” (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam pras bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa “0 Killed” (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo “OK”.
  • Onde Judas Perdeu as botas
    • Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.
  • Pensando na Morte da Bezerra
    • A história mais aceitável pra explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados pra Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.
  • Pra Inglês ver
    • A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas “pra inglês ver”. Daí surgiu o termo.
  • Rasgar Seda
    • A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: “Não rasgue a seda, que se esfiapa”.
  • Anda à toa
    • Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
  • Nhenheenhem
    • Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer “nhen-nhen-nhen”.
  • Vai Tomar Banho
    • Em “Casa Grande & Senzala”, Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com freqüência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem “tomar banho”.
  • A dar com pau
    • O substantivo “pau” figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o “pau de comer” que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.
  • Eles que são Brancos que se Entendam
    • Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: “Vocês que são pardos, que se entendam”. O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.
  • Água mole em Pedra dura, tanto bate até que Fura
    • Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio (43 a.C.-18 d.C), autor de célebres livros como A arte de amar e Metamorfoses, que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: “A água mole cava a pedra dura”. É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio portugueses e brasileiros.
  • Juro de Pés Juntos
    • - Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
      A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, as quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

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3 comentários:

Igor Iuri disse...

1- Onde Judas Perdeu as botas:
Na verdade, segundo a Blíblia, no evangelho de S. Mateus cap 27 vers. de 3 a 10, Judas devolveu o dinheiro que ganhou por entregar Jesus aos sacerdotes.

2- Pensando na Morte da Bezerra:
Absalão era um principe filho do rei Davi, ele bem que tentou susurpar o trono do pai, mas foi derrotado sem que se tornasse rei.

Anônimo disse...

É isso aí Igor. Boas observações.

luana disse...

eu sou linda

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